Mulher empreendedora sem culpa
Olá, companheiras de culpa! Estou falando com você, que é mãe e empreendedora, ou então profissional dedicada, e se sente culpada por não dar atenção suficiente aos seus filhos.
Resolvi escrever este artigo inspirada pela leitura do livro Faça Acontecer – Mulheres, Trabalho e a Vontade de Liderar, de Sheryl Sandberg, diretora-executiva financeira do Facebook – que tem como tema a mulher que “faz acontecer”.
Meu objetivo é que esse post sirva de inspiração para mães profissionais que se martirizam por não ter tempo para os filhos. Até o ano passado, eu acreditava que tudo o que acontecia – ou deixava de acontecer – com a minha filha era culpa minha.
O lado difícil de uma mãe empreendedora
Por diversas vezes falei que o meu maior arrependimento era não ter tido tempo para ela quando era pequena.
Eu sempre trabalhei muito: quando ela nasceu, tanto eu quanto o meu marido tínhamos restaurantes, e a jornada diária era brutal.
Infelizmente, perdi todas as “primeiras vezes” – o primeiro passo, a primeira palavra, o primeiro dentinho, e por aí afora. Sem momentos marcantes na vida dos pais que infelizmente não tivemos a chance de presenciar em função da nossa vida agitada.
Mudamos de vida, deixamos o ramo da gastronomia, mas continuei tendo negócios próprios – e, consequentemente, cumprindo horas intermináveis de trabalho. Fomos morar fora do Brasil, mas isso significou não só trabalhar duro, como também voltar a estudar. É claro que isso me roubou ainda mais tempo e aumentou a culpa.
Até muito recentemente eu não conseguia falar ou pensar nisso sem chorar. Minha filha nunca ficou sozinha, pois meu marido é um verdadeiro parceiro, e sempre foi muito presente na vida dela. Mas a culpa não me deixava. Parecia que minha opção pelo empreendedorismo feminino estava cobrando a conta.
Um exemplo de mãe para filha
Hoje, porém, não me sinto mais tão culpada. O que mudou? Minha filha se tornou adulta e é a minha inspiração!
Todo o medo que eu tinha de que ela não fosse feliz, ou de que algo não desse certo, se desfez. A sua ética de trabalho, a determinação de dar o melhor de si, a garra para conquistar os objetivos e o desejo de criar um mundo melhor é o que me faz chorar de emoção hoje.
“O que você é foi o que eu me tornei”, ela me diz. A frase me enche de orgulho e me lava a alma. Ela mora em outro estado e não veio passar o Dia das Mães comigo – estava dando um curso de liderança para pessoas que querem fazer a diferença. Quer coisa mais gratificante do que trazer ao mundo alguém assim?
A minha intenção, com este post, não é me vangloriar pela jovem maravilhosa que a minha filha se tornou. Quero, sim, servir de inspiração para mães como eu, que não são “perfeitas”, e que precisam dividir o seu tempo entre os filhos e a vida profissional. Tenha a certeza de que o seu exemplo de batalhadora está sendo visto pelos seus filhos.
E essa é a herança mais valiosa que você pode deixar. Só conseguimos emanar felicidade se somos felizes! Não existem fórmulas: ser feliz significa coisas diferentes para pessoas diferentes.
Para algumas de nós, ser mãe em tempo integral basta; para outras, a vida profissional tem um peso significativo. Faça as suas escolhas de acordo com as suas necessidades e o seu coração – sem culpa.
Mantenha-se atualizada sobre essa e outras questões que envolvem o empreendedorismo feminino, assinando nosso Boletim Informativo.
Por Elisabete Miranda no Portal PEGN